Divórcio, e depois?

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Imagem retirada da internet

Divórcio e depois? O que se faz quando a vida nos finta, os alicerces se desmoronam, as rotinas se embrulham, e tudo porque terminou a nossa relação?

Sem amor nada se suporta, as mais pequenas coisas, transformam-se em problemas giganormes, cansamos-nos do outro, de nós, de tudo, e a melhor solução nesta altura é mudar, sair, recomeçar, mas e se não houver como, e se tivermos que voltar ao ninho, à base? Aí sim, tudo se complica.

Tudo fiz para sair a.s.a.p. de casa dos papás, mamã e padrasto, duas pessoas fantásticas, mas que ficam lindamente longe de mim, e da minha filhota, ficariam, se eu tivesse como...

Voltei para a casa que assistiu a todas as minhas fases, sobretudo as menos boas, a adolescência cheia de dúvidas, borbulhas e namorados que não me aprovavam. Voltei à sensação de ter que prestar contas, de não poder usufruir de momentos só meus, de ter que ser mais verbal, tal como a minha adorada mãe, que nunca se inibe de falar sobre tudo, sobre ela, sobre o mundo, acordando sonora, desgastando-me a beleza.

No entanto... estranho, como a insegurança e o cansaço, me levaram a apreciar o que tive antes e não avaliei convenientemente. O porto seguro, os sorrisos, e até os ralhetes, eram a minha casa, o lugar onde eu tinha uma identidade, onde todos me queriam bem, sempre, e sobre qualquer circunstância.

Voltar ao meu quarto foi estranho e tranquilizador, todas as minhas roupas, bonecas, livros, tudo tinha sido mantido, parecia que eu estava a regressar ao passado, a ser a menina da mamã outra vez, na altura só essa ideia me deixava louca, mas agora... bem agora eu e a minha filhota teríamos um lugar seguro para recomeçar, mesmo tendo ficado muito renitente no início, e de orgulho ferido, sentia que só poderia voltar aqui, agora, até que conseguisse ficar de pé outra vez, até que conseguisse cuidar de mim, de nós e recuperar todos os sonhos que permitira serem-me roubados.

Há vida depois do divórcio, temos apenas que continuar a sermos nós, a não permitir que nos roubem a essência!

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