Esperei, mas não me chegou!

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Esperei pelo que não me chegou! Fiquei com esta frase a martelar-me o cérebro dias-a-fio, tanto que ainda hoje me decido a analisá-la. Quanto egoísmo está incluído em cada sílaba. Quanta desatenção e falta de cuidado. O olhar para dentro, apenas para nós, deixa-nos incapazes de ver o muito que se passa à volta, e alguém terá que nos lembrar.


Esperarmos pelo que não nos chegou, quando tivemos sempre tanto, certamente que só poderá deixar o outro incrédulo e inevitavelmente infeliz. Quando alguém recebe amor, cuidado, colo, toque, um corpo que se vai ajustando a cada tentativa, palavras tranquilas e olhares profundos, o que mais, exactamente, poderá esperar? Pode até querer e esperar TUDO, é a isso que temos direito nas relações, mas e onde fica o dar?

E o que foi que sentiste ter dado para que ganhasses o direito a receber mais? Será que quando viras as armas sempre para o mesmo alvo, tens o cuidado de perceber quem é o teu verdadeiro inimigo? Quem mais senão tu mesmo? Será que quando acusas, na maioria das vezes baseado em coisa nenhuma, pensas nas acusações que te podem ser feitas? Será que consideras que apenas a ti estão reservados os direitos e que não te cabem os deveres?

É curioso ler e reler o muito que se escreve, até porque se descobrem facetas que foram apenas encenadas, que sabiam e cabiam bem na altura, mas que não teriam consistência para subsistir. Ter alguém à altura da nossa capacidade de debitar palavras, é deveras um desafio, mas estar à altura é começar, manter e continuar. Estar à altura é não desistir de as usar, sobretudo quando se jura a pés juntos, que se tem razão?

Ai o raio da vontade. O estúpido do amor encenado. A tonteira do desejo de alguém que nunca se quis verdadeiramente... Esperei, mas também não me chegou. Nunca tive, de nenhuma forma e na verdade fui a que menos reclamou. Não deixa de ser interessante!

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